A história Econômica global abraça quatro grandes épocas da humanidade. A primeira, denominada a história da Idade Antiga, vai desde o início do mundo até a queda do império romano. A segunda, denominada Idade Média, vai até o descobrimento das Américas. A terceira, que seria dos Tempos Modernos, seguiu até a Revolução Francesa. E a última, chamada de Idade Contemporânea, vem correndo até que outro grande acontecimento marque um novo momento da história e feche este ciclo que acredito que estamos vivendo neste momento.
O comércio sempre foi a base da história econômica mundial, tudo que é industrializado ou produzido na agricultura de alguma forma vai chegar ao consumidor final através do comércio.
Acredito que estamos vivendo um momento muito grandioso na história!
Uma verdadeira revolução na forma de comprar e vender e transacionar negócios entre as pessoas.
Falamos tanto de uma era de globalização de marcas e empresas, que não vimos a velocidade com que o próprio consumidor se globalizou.
Até poucos anos atrás o consumidor ficava submisso às vontades do comércio, ele só comprava o que estava disponível ou imposto pelos comerciantes que, por sua vez, eram apenas correspondentes da indústria, e não se preocupavam efetivamente com as necessidades de seus clientes e só viam seu bolso através de suas operações mercantis.
O consumidor, desde a Idade Antiga, só comprava o que era colocado no seu caminho, fosse com suas idas às feiras medievais ou com os antigos vendedores de rua. Ou melhor, os persas, assírios, babilônios, fenícios, cartagineses, gregos ou romanos, os precursores do modelo comercial que se finda definitivamente neste século.
Não se sabe a época exata do início do comércio. Supõe-se que começou na Índia, por ter sido também lá que começaram a negociar os primeiros produtos próprios, como pedras preciosas, ouro, especiarias, drogas, tecidos de seda, linho e lã.
Pois bem: ela mudou e mudou de uma forma que está mudando tudo junto a ela!
O que todos chamamos de Era da Comunicação ou do Conhecimento até então não tinha ganhado força suficiente para gerar uma mudança efetiva cultural no mundo até ela chegar ao comércio. Ou melhor: até chegar ao consumidor de massa, o povo. A internet acelerou o acesso das pessoas aos bens de consumo e o dinheiro nunca mais vai circular como antes.
Bem vindo à Revolução Comercial
30% das aproximadas 30.000 pessoas que assistiram a uma das minhas 107 palestras no ano de 2016 já compraram fora do Brasil sem saírem de casa, independente da cidade ou classe social. Pessoas que mal sabem ler estão tendo acesso a sites em outros lugares do mundo comprando e recebendo nas suas casa.
Vivemos uma mudança sem precedentes e em breve as pessoas passarão a comprar produtos direto da sua fonte, ou seja, direto de quem produziu, sem intermediários. Será que vivemos um início do fim da Indústria do Comércio? O fim dos intermediários? Hoje o comércio se movimenta em uma velocidade incrível para entender que precisa muito mais que intermediar produtos e serviços e põe por terra tudo que sabíamos sobre a arte de vender.
A Revolução Industrial aconteceu em rápidos 80 anos da nossa história e não tinha a velocidade que a comunicação nos proporciona hoje, que conseguimos reproduzir em poucas semanas o que facilmente demoravam 10 anos para virar história.
O maior problema desta mudança é que os comerciantes não viram ela chegar, e principalmente aqui no Brasil estávamos ocupados demais tentando sobreviver aos obstáculos que nós próprios construímos através das nossas escolhas políticas, e pela falta efetiva de representatividade política do nosso comércio. Temos três grandes federações que não conseguem se juntar para termos efetivamente força para dar melhores condições para nosso comércio trabalhar.
Já estamos vivendo um forte fenômeno de fechamentos de lojas no Brasil, o que não é diferente do resto do mundo! Onde todos os comerciantes que não entenderem efetivamente as necessidades do consumidor vão se exaurir e ficar na história como mais uma loja que fechou.
Muitos preferem tratar apenas como crise. Existe sim um cenário, aliás 3 cenários que prejudicam o comércio no Brasil:
O primeiro, esse que citamos, uma mudança comportamental e cultural no jeito das pessoas comprarem.
O segundo, uma acomodação natural na forma de consumir, ou seja, vamos cada vez mais ficar mais tempo com carros, isto quando tivermos um, mais tempo com os celulares e muito mais tempo com televisores e outros produtos de consumo! Isso sem falar da economia de compartilhamento.
O terceiro é essa baderna econômica que nossos governantes fazem com nosso país.
Mas, voltando à Revolução…
Essa grande transformação ainda vai impactar fortemente o mundo, ela está apenas começando e irá fechar milhares de negócios todos os dias, e não vai ser diferente por aqui. Porém, no Brasil, mesmo com o sequenciamento de crises que temos passado no varejo, a "sorte" do nosso comércio é a baixa educação do nosso povo, que ainda blinda nossas lojinhas de alguma forma. Imagine como seria mais rápido esse processo de globalização de consumo aqui, se nosso consumidor fosse fluente em inglês! Quer saber: talvez tenhamos algum tempo para adequar nossos negócios a essa nova realidade.
Fazemos o mesmo comércio que aprendemos com nossos pais e avós, e de repente tudo muda. E logo na nossa vez…
Abrir a porta da loja já não é mais suficiente. O cliente não quer entrar, um grande sortimento de produtos nunca é suficiente. O atendimento não pode ser apenas um sorriso. Uma loja bonita apenas deixa tudo mais agradável, mas não ajuda nas vendas. O consumidor agora tem o poder de ter todas as lojas do mundo no seu bolso, e se sente empoderado por isso, capaz de escolher aquele que oferece tudo acima ao mesmo tempo ou apenas aquele que ele se sente mais familiarizado com o propósito.
Vivemos um momento em que precisamos reaprender tudo que achávamos que sabíamos. O Varejo que nunca precisou de estudar para ser competitivo agora ou muda totalmente sua maneira de pensar e agir, ou simplesmente vai deixar de existir.
Se você vende alguma coisa da maneira antiga precisa se redesenhar urgentemente, e a melhor maneira de aprender sobre as mudanças é ver como você age como consumidor no seu dia a dia, observe como sua cultura de compra mudou, e talvez você se esqueceu de aplicar essas mudanças na sua maneira de vender.
Vivemos uma era onde a verdadeira moeda de troca é a satisfação do seu cliente. Se ele ficou satisfeito, aí sim o dinheiro entra. Se não ficou, ele vai entrar de uma forma que não se multiplicará, é uma equação simples, onde a indicação, opinião e depoimentos de seus clientes valem mais do que uma estrela de cinema apresentando seu produto.
Foque efetivamente na resolução dos problemas dos seus clientes e bem vindo à nova Era do Escambo, onde o dinheiro apenas representa sua competência.
Se você tem é porque tem cuidado bem de seus clientes. Simples assim. Bem vindo a uma nova Era Comercial.
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Fonte: Administradores.com